segunda-feira, 5 de julho de 2010

Argentina de Maradona x Brasil de Dunga

Dunga levou muito perna-de-pau pra Copa. Maradona, só crack.

Dunga era um técnico inexperiente. Maradona tinha uma brilhante carreira.

Na concentração da Argentina, todo mundo podia fazer sexo. Na do Brasil, nem todo mundo era chegado (segundo Dunga).

No vestiário da Argentina (e, muitas vezes, à beira do campo mesmo), rolava a maior beijação entre os hermanos. No do Brasil, ninguém abaixava nem pra pegar o sabonete.

No Brasil, Dunga é apenas um ex-jogador que virou técnico da seleção. Na Argentina, Maradona é apenas Deus.

A Argentina não tinha Simeone. O Brasil tinha Felipe Melo.

Nos treinos da Argentina, todo mundo levava bola nas costas. No Brasil, só o Dunga levou (do Ricardo Teixeira, após demiti-lo).

Na Argentina, os jogadores adoravam Maradona. No Brasil, Jorginho não permitia a adoração a ídolos pagãos.

Quando jogador, Maradona usou a mão de Deus para fazer um gol. Luís Fabiano usou o braço. E duas vezes!

Maradona de terno era ridículo. Dunga de casacão, idem.

Dunga é mal humorado. Maradona é uma piada.

O Brasil levou uma tamancada. A Argentina, um chocolate.

O Brasil é penta. A Argentina ainda tenta.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A VELHA LARANJA AINDA DÁ UM CALDO

Acautelemo-nos contra a Holanda: esse time não é nem sombra da Laranja Mecânica de 74, mas ainda dá um caldo.


É preciso ter cuidado especial com sua dupla sertaneja de armadores, os gêmeos Ronald Van der Ley e Frank Van der Léia. São muito habilidosos, e sabem tocar bem a bola, especialmente nos países baixos.

Os holandeses também usam bem as pontas e só as abandonam quando alguém aperta mais um.

Seu goleirão Van Gogh é um verdadeiro artista, e suas defesas costumam ser verdadeiras obras primas. O mesmo pode ser dito dos lançamentos de Van Dick, outro artista.

Mas o destaque do time é o atacante Roben. Mesmo atuando sem o seu parceiro Batman (cortado por morcegagem durante os treinos), Roben é o artilheiro do escrete holandês e sempre marca o mesmo gol - que é reprisado em todas as partidas, qualquer que seja o adversário. Mas, como a FIFA proibiu o replay nos estádios, Roben vai ter que inventar outro tipo de jogada, o que pode ser bom para o Brasil.

Em todo caso, esse time da Holanda é mais maduro que os de outras copas. E a gente sabe que “laranja madura, na beira da estrada...”

quarta-feira, 30 de junho de 2010

CHOCOLATE SEM CACAU (Pode isso, Arnaldo?)

Nesse jogo, ninguém pode culpar a jabulani pelo placar: se houve um culpado, foi o Larrionda, o juiz. Ou – segundo a FIFA – quem mostrou o replay do lance no telão do estádio.

Afinal, a bola entrou só 33 cm. O que, para os ditos avantajados padrões africanos, é relativamente pouco.

A Inglaterra jogou sem sua dupla de volantes titular – Robin Hood e Ronald Biggs – o que a prejudicou muito no quesito roubadas de bola.

Os alemão, mesmo sem Cacau, deram um chocolate nos bretão, que haviam superado suas divisões panzer, na copa de 66, na Normandia, com uma bola que não tinha entrado em sua casamata. O chocolate, diga-se de passagem, estava gelado, porque, como diz um velho ditado alemão, “a vingança é um prato que se serve frio”.

Agora, porém, a máquina germânica estava tão engrenada que se deu ao luxo de fazer uma troca de Özil antes do fim do jogo.

MADE IN JAPAN 0X0 MADE IN CHINA

Japoneses originais e paraguaios made in China fizeram um jogo emocionante e movimentado, para quem gosta de assistir partidas de xadrez ou corrida de lesma na TV.

Com seu ataque titular - Jack Daniels, Johnnie Walker e Ballantines - Paraguai prometia muita dor de cabeça ao Japão.

Por sua vez, o Japão procurava explorar a velocidade de seus atacantes, Honda, Suzuki e Kawazaki que, conduzidos por Satoru Nakagima, não renderam o esperado.

O atacante Barrios, um paraguaio legítimo, nascido na Argentina, era o mais efetivo no ataque guarani. Ao contrário de Okubo, atacante japonês com grandes dificuldades para fazer a bola rolar.

Enquanto o Paraguai parecia crescer no jogo, os japoneses insistiam em miniaturizá-lo e colocá-lo em um chip.

A partida terminou empatada e foi para a prorrogação, quando o Japão, numa tentativa desesperada de resolver logo o mata-mata lançou mão de seus artilheiros Kamikaze e Harakiri, sem muito êxito.

Embora os japoneses do Japão fossem mais criativos que os japoneses do Paraguai, o empate persistiu e a decisão ficou mesmo para a disputa de pênis.

Obviamente, os japoneses perderam.

CHILE VOLTA A TREMER

A partida entre Brasil e Chile, na última segunda-feira, alcançou 3 x 0 na escala Richter e deixou nossos adversários bastante abalados.

Foi um jogo fácil, em que os chilenos, como sempre, amarelaram diante da nossa amarelinha.

Temendo que se repetissem os grosseiros erros de arbitragem ocorridos em partidas anteriores, a FIFA decidiu lançar, pelo Twitter, uma campanha mundial intitulada CALA A BOCA, ARNALDO!

Ao ser flagrado por uma das 59.832 câmeras do estádio (32 da Fifa e 59.800 celulares e filmadoras de torcedores presentes) dizendo um sonoro palavrão, o meia evangélico, meia badboy, Kaká destinou 10% do bicho à bispa - a quem muitos foram se queixar do destempero verbal do atleta – e não se falou mais nisso. A oportuna intervenção da bispa no episódio foi fundamental também para neutralizar um emergente TT no Twiter – LAVA A BOCA, KAKÁ! - desencadeado por membros de uma seita religiosa adversária.

Enquanto isso, o técnico hermano-chileno El Loco Bielsa, passou todo o jogo de cócoras à beira do gramado, após misturar Actívia com Valdívia.

LUSA 0 X 1 GALÍCIA

Portugal e Espanha reeditaram, na última terça-feira, o paelhada – como é conhecido, dos Leixões à Catalunha, o clássico ibérico que põe de lados opostos da cancha os amantes da paella e da bacalhoada.


Com Sacadura Cabral e Gago Coutinho no ataque, Portugal sonhava voar alto, mas a equipa da Espanha veio fechadinha no meio de campo, com Xabi Hernandez, Xavi Alonso e Xavi de Cadena.

Por outro lado, Portugal não contou com Salsão e Cebolão, cortados, que, ao lado do Coentrão, teriam feito a peleja tornar-se mais Sabrosa.

Como era de se esperar, foi um jogo duro. Até porque o luso-brasileiro Pepe estava em campo e chegou a fazer dois wazari, antes mesmo do final do primeiro tempo. Ao final da peleja, a defender-se das acusações de que sua perna de pau-ferro poderia ter causado sérias lesões aos adversários, minimizou e saiu-se com esta: “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor” – citando o grande poeta alagoano, Catulo da Paixão Pessoa.

Não brilhou, mais uma vez, a estrela do futebolista metrosexual pop Cristiano Ronaldo. Já o gel e luzes aplicados ao seu cabelo...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nem tudo que é bom pros EUA é bom pro Brasil. Piada, principalmente.

Sobre a análise que o Danilo Gentili faz, em seu blog, do humor que se faz nos Estados Unidos e do que se faz no Brasil:

Peralá! Vamos combinar: a maioria dos humoristas americanos faz piada sem graça! Sem graça pra nós, brasileiros, que temos uma cultura bem diversa e uma moral muito mais escrachada que os ianques brancos, protestantes e caretas do Norte. Se o nosso humor é baseado no trocadilho, no bordão e na cambalhota, o deles é baseado em escrachar o Bush (pra nós, isso seria bater em cachorro morto!) ou qualquer político ou celebridade viva. E daí? Não também fazemos isso aqui. O problema é que nossas celebridades e os nossos políticos não têm senso de humor (nem de ridículo), ou são burros demais pra entender a piada!

Não dá pra nortear o nosso humor pelo humor que eles fazem lá! O nosso é muito melhor! Funciona com o nosso público, com a nossa cultura. Escracho por escracho, sou muito mais Henfil - que os americanos não entenderam e nos repatriaram! Não tenho mais saco é pra esse discurso antigo e anacrônico de que tudo que é bom para os americanos é bom para o Brasil! Pô, me poupem! E humorista bom ou ruim, há em qualquer lugar, aqui ou lá, na Globo ou na Record, no blog ou no tuíter. Não é por aí. E digo mais: o melhor humor americano, nem americano é: é judeu. Woody Allen, Mel Brooks, Art Buchwald, Groucho Marx, Lenny Bruce (que, lá, foi processado e condenado por obscenidade) e tantos outros, são prova disso.

Vamos combinar outra coisa: a moral norteamericana - parafraseando o Macaco Simão – é uma piada pronta! Quando é que a maior celebridade do esporte brasileiro mobiliza as tevês do país inteiro pra ler um pronunciamento e dizer que pulou a cerca? Lá nos EUA, o Tiger Woods causou uma comoção nacional. Imagine se ele fosse parar numa delegacia só porque não pagou o combinado com uns travecos num motel da Barra!

Não dá pra comparar. Somos o país do Seu Casseta e do Agamenon, do Chico e do Jô, do Jaguar e do Millôr, do Bruno Mazzeo (pra não dizer que não falei dos novos) e do Leon Eliachar, do Costinha e da Dercy (esses dois últimos, nos EUA, estariam sentados ao lado de Lenny Bruce, num tribunal).

E o Dave Letterman? Quem (no Brasil, não sendo americano), em sã consciência, consegue achar graça em seus pretensos trocadilhos e frases “espirituosas”? Quem consegue rir espontaneamente, sem um regente de claque ou um aviso luminoso indicando que aquilo que acabaram de ouvir era uma piada? E eu estou falando das piadas que são universais, que, por suas citações ou referências, podem fazer sentido para nós (piadas sobre Superbowl, por exemplo, estão fora).

E alguém já parou pra pensar por que toda soap opera cômica americana tem bg de claque? Pra “vender” pro mundo inteiro que aquilo é engraçado – e, muitas vezes, não é. E até acaba prejudicando o que verdadeiramente é. (Nunca entendi, por exemplo, pra que aquele antigo seriado M*A*S*H precisava de claque ao final de cada frase falada por alguma personagem...)

Resumo da ópera: cada roca com seu fuso, cada povo com seu uso. E chega desse terceiromundismo idiota de achar sempre que coca-cola é melhor que guaraná. Porque, afinal, o Pelé jogava muito mais que o... o... o quem mesmo lá deles?